Dayane Castro Silva, bióloga, está pesquisando uma nova variedade de abacaxizeiro mais resistente e sem espinhos

Por: Lorraine Francisca da Silva Costa

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e alimentação, o brasil é o segundo maior produtor mundial de abacaxi, ficando atrás apenas da Costa Rica. O estado de Mato Grosso ocupa a 14° posição dos estados que mais produziram abacaxi em 2018.

“Nós pensamos em lançar futuramente uma cultivar que seja bem próxima às características do abacaxi pérola que já é bem apreciado no mercado, mas que seja benéfica ao produtor também. Nós estamos pensando nos dois lados, no produtor e no consumidor final”, afirma, Dayane Castro Silva, aluna do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biodiversidade (PPGBB), da Rede Pró – Centro-Oeste.

 

Quais os problemas que mais afetam a produtividade na cultura do abacaxizeiro atualmente?

O abacaxi pode ser atacado por diversos fatores que interferem na produtividade como floração natural desuniforme, adubação ineficiente e também por doenças, na qual interferem na qualidade do fruto. Estes fatores prejudicam a produção de frutos, consequentemente, diminuindo a oferta para os consumidores. O principal fator que afeta a cultura é a doença fusariose, ela causa perdas significativas se não controladas no início, podendo reduzir drasticamente a produção. Esse foi o ponto de partida para o programa de melhoramento genético da UNEMAT, bem como obter melhor qualidade do fruto.

Quais as variedades de abacaxizeiros que você está pesquisando e por quê?

Iniciamos o projeto com 6 cultivares (Pérola, Jupi, Smooth Cayenne, BRS Imperial, BRS Vitória e IAC Fantástico), que são algumas das variedades existentes no mercado. As escolhas delas se basearam nas características vantajosas que cada uma apresenta como, ausência de espinhos nas cultivares Smooth Cayenne, BRS Imperial, BRS Vitória e IAC Fantástico, resistência a fusariose, Brix maior (doçura), formato do fruto, dentre outras características. De posse dessas variedades, realizamos cruzamentos entre elas e obtivemos mais de 100 clones diferentes, na qual estamos avaliando características vantajosas tanto ao produtor quanto ao consumidor.

Quais os resultados que você pretende obter ao finalizar a sua pesquisa?

Pretendemos obter uma variedade adaptada as condições de Mato Grosso, com ausência de espinhos nas folhas, resistente a fusariose, formato do fruto cilíndrico e maior Brix (doçura). Uma cultivar que possa satisfazer o paladar do consumidor e reduzir gastos por parte do produtor.

Quais as maiores dificuldades encontradas ao longo da sua pesquisa?

As dificuldades ocorrem como em qualquer outra pesquisa, no entanto trabalhamos em como repara-las. Por exemplo, há alguns meses atrás, quando estávamos na etapa de aplicar o fungo causador da doença fusariose nas mais de 100 variedades obtidas para saber quais delas eram resistentes a doença, tivemos um problema no qual o fungo não ocasionou sintomas, com isso, tivemos que correr atrás de um novo fungo para então repetir essa etapa do experimento. Conseguimos e hoje estamos executando essa atividade de novo. Fora isso, as atividades seguem normalmente.

Como você avalia a sua pesquisa até aqui?

Promissora, estamos conseguindo resultados bem animadores, variedades bem interessantes tanto para os produtores quanto para os consumidores.

Quando pretende concluir a sua pesquisa?

Vamos concluir a pesquisa no final de 2022. Até lá, temos várias avaliações para fazer, mas estamos seguindo conforme o programado e conseguiremos selecionar algumas variedades promissoras para lançamento no mercado.

 Perfil

Dayane Castro Silva, 27, bióloga pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), mestre em Genética e Melhoramento de Plantas pela UNEMAT e Doutoranda em Biotecnologia e Biodiversidade pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Orientada pelo professor Willian Krause. Atua no Programa de Extensão MT Horticultura e em outras pesquisas na área de fruticultura.

 

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