Da redação Lorraine Francisca Costa/Foto: Lorraine Francisca Costa
A técnica ajuda a diminuir os custos na produção e a ter produtos mais saudáveis
O controle biológico é a utilização de um inseto benéfico para controlar outro organismo que possa causar prejuízo em algum cultivo. Atualmente a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Tangará da Serra-MT, realiza pesquisas para comprovar a eficiência desta técnica no cultivo da couve. As pesquisas são realizadas por pesquisadores da Clínica de Insetos do Programa de Extensão MT Horticultura.
A técnica de controle biológico na couve ajuda a diminuir a utilização de defensivos agrícolas, levando o produtor a ter um produto final mais saudável, como explica a pesquisadora Angélica Massarolli, professora doutora em zoologia da Unemat. “O principal benefício é a redução de custos, uma vez que com a utilização da vespa não será mais necessária a utilização de inseticidas para o controle de lagartas. Além disso nós temos os benefícios para o meio ambiente, o produtor vai estar colocando menos produto químico no meio ambiente e também vamos estar pensando na saúde dos consumidores e até dos trabalhadores do campo”, conta.
Na foto pesquisadora coleta pragas que atacam o cultivo da couve./Foto: Lorraine Francisca Costa.
As vespas são reproduzidas em laboratório e distribuídas na plantação, os insetos se alimentam do ovo da praga, impedindo que ela traga prejuízos para a produção. “Nós criamos a praga e oferecemos esta praga para o inseto benéfico. Nós trabalhamos com uma traça de farinha de trigo e farinha de fubá, aquele que comumente aparecem na nossa casa nos potes de trigo. Nós multiplicamos ela em laboratório e em um determinado estágio de ovo, nós oferecemos este ovo ao inimigo natural, então esse parasitoide vai se multiplicando dentro do ovo da praga”, conta.
Um dos produtores que já utiliza a técnica de controle biológico, diz ter tido uma redução significativa na utilização de defensivos, como é o caso do Charles Antônio Valério, produtor de hortaliças. “Os benefícios são vários nós conseguimos diminuir em torno de 50% a 60% dos produtos químicos e depois também a qualidade do produto melhora, porque tem menos danos causados pelas pragas e consequentemente um produto mais saudável”, explica.
Clínica de Insetos
A Clínica de Insetos integra o MT Horticultura e oferece serviços para produtores da região de forma gratuita e um deles são os laudos técnicos, como explica a coordenadora da clínica, Mônica Josene Barbosa Pereira, professora doutora em entomologia da Unemat. “O objetivo da Clínica é atender produtores. Nós identificamos as pragas que estão causando problemas através de amostras, que recebemos. Nós fazemos o laudo indicando as fases do inseto que causa o dano, para que o produtor possa reconhecer no campo e as recomendações para ele controlar a praga”, afirma.
São realizadas recomendações para incentivar a utilização de métodos alternativos para controlar o ataque de insetos, como a utilização de extratos vegetais, controle do comportamento do inseto através do feromônio e o controle biológico. “Geralmente eu procuro recomendações mais alternativas e não química, porém se o ataque estiver muito intenso tem que ser químico para resolver de imediato. O ideal é recomendar produtos alternativos e não químicos, para não ter problema de resíduos para o consumidor final e nem para quem está aplicando”, finaliza.
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